'Um rio não existe sozinho': ciência, natureza e arte se conectam em mostra inédita que ocupa floresta do Museu Goeldi

  • 05/10/2025
(Foto: Reprodução)
Mostra faz intervenção artística no Museu Emílio Goeldi, em Belém “O museu é o mundo”, anunciou o tropicalista Hélio Oiticica. Em “Um rio não existe sozinho”, o museu é a própria natureza. A mostra coletiva transforma o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi — instituição centenária e referência na produção de ciência na Amazônia — em um percurso de arte viva. A mostra segue em cartaz até final de dezembro, com obras inéditas de nove artistas, e propõe uma experiência imersiva onde as obras se misturam à fauna e flora, conectando ciência, meio ambiente e arte contemporânea para ecoar vozes dos povos da floresta e a mensagem urgente de preservação da maior floresta tropical do planeta. Essa é a primeira grande parceria do Instituto Tomie Ohtake, um dos mais prestigiados institutos de arte do Brasil, com o Museu Paraense Emílio Goeldi, instituição anfitriã e referência centenária na produção de conhecimento sobre a Amazônia. Gustavo Caboco (RR/PR), do povo Wapichana, apresenta “Casa de bicho e Antibatismo: Victoria Regia”, instalações que afirmam a memória e a permanência indígena enquanto questionam as violências coloniais inscritas na Amazônia Oswaldo Forte “Esta ilha de biodiversidade existe em um planeta em colapso. Não é escapismo, é um lembrete do que está em jogo”, afirma Sabrina Fontenele, curadora do Instituto Tomie Ohtake. “A floresta não é cenário, é sujeito político ativo e pulsante”, completa Vânia Leal, curadora convidada. A mostra reúne obras que exploram a relação profunda entre natureza, cultura e memória, convidando o visitante a uma experiência sensorial Oswaldo Forte Todas as obras apresentadas em “Um rio não existe sozinho” foram concebidas a partir de uma relação direta com o próprio Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. São criações inéditas e pensadas especialmente para o local, integrando-se à sua dinâmica viva — com fauna solta, vegetação nativa, variações de luz e umidade que interferem na experiência. A mostra é o resultado de um longo processo de imersão, que envolveu viagens de pesquisa e encontros entre artistas, mestres tradicionais, cientistas, arquitetos e ativistas. Esse diálogo entre diferentes campos do conhecimento construiu uma ponte entre arte, saberes ancestrais e produção científica, em sintonia com os debates globais sobre clima que ganham ainda mais força com a chegada da COP30 à Amazônia, em 2025. "O projeto é uma experiência sensorial e política, que se propõe a pensar a floresta como protagonista, e não apenas como cenário. A escolha dos materiais e métodos seguiu princípios de baixo impacto ambiental: tudo foi planejado para não interferir nos ritmos do ecossistema. A natureza, aqui, não é tema — é coautora", destaca Vânia Leal. Conheça as obras A mostra “Um rio não existe sozinho” reúne obras que exploram a relação profunda entre natureza, cultura e memória, convidando o visitante a uma experiência sensorial e poética no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. Sallisa Rosa, de Goiás, traz uma instalação em barro que resgata o ciclo entre terra e água, enfatizando o cuidado essencial com os rios que nos conectam. Já Rafael Segatto, do Espírito Santo, utiliza remos e cores para criar uma cartografia afetiva que remete às memórias e espiritualidades do mar, apontando caminhos invisíveis que nos guiam. Fachada do Goeldi ganha projeção em video mapping criada por PV Dias Oswaldo Forte No Pará, o artista PV Dias propõe um vídeo mapping que sobrepõe imagens históricas do acervo do Goeldi com registros atuais, revelando as marcas ambientais que insistimos em ignorar. Noara Quintana, de Santa Catarina, chama atenção para a fragilidade do ecossistema ao recriar espécies ameaçadas a partir de registros antigos, enquanto Elaine Arruda, também do Pará, narra em sua obra a travessia de três gerações ao longo do Rio Tijuquaquara, bordando memórias femininas na dança das marés. A crise climática ganha formas visuais nas paisagens térmicas de Mari Nagem, de Minas Gerais, que transforma dados da seca histórica de 2023 no Lago Tefé em um alerta urgente. O ativismo indígena se manifesta nas instalações de Gustavo Caboco, do povo Wapichana, que desafia nomes coloniais como o da vitória-régia para reivindicar memória e território. Déba Tacana, de Rondônia, conecta ancestralidade e futuro por meio da cerâmica e do vidro fundido, refletindo sobre direitos humanos e meio ambiente. Por fim, Francelino Mesquita utiliza materiais naturais como o miriti para criar esculturas que simbolizam a luta pela preservação da floresta e os saberes ancestrais, ressaltando que, apesar da leveza da matéria, a mensagem é pesada: sem floresta, não há futuro. Como a mostra foi construída O projeto começou em 2024 com encontros, viagens e os seminários Diálogos São Paulo e Diálogos Belém, reunindo mestres tradicionais, artistas, cientistas, arquitetos e ativistas. No parque, cada decisão — altura, área ocupada, materiais e descarte — foi tomada para não perturbar os ritmos do lugar, respeitando a rotina de um museu com quase 130 anos. “Conectar ciência e arte cria vínculos afetivos com o patrimônio da Amazônia e fortalece a consciência crítica”, destacam Sue Costa e Pedro Pompei, do Museu Goeldi. “Para entender a Amazônia, precisamos de precisão científica e abertura poética.” A mostra é viabilizada pelo Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), pelo Nubank (mantenedor institucional do Instituto Tomie Ohtake) e pelo Instituto Tomie Ohtake, em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi. Conta com patrocínio de AkzoNobel, Aché Laboratórios Farmacêuticos e PepsiCo. A PepsiCo é também patrocinadora institucional do Instituto Tomie Ohtake por meio do ProAC (Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo). Serviço: Exposição: Um rio não existe sozinho Onde: Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi — Centro de Exposições Eduardo Galvão (Av. Gov. Magalhães Barata, 376 — São Brás) Quando: até 30 de dezembro de 2025 Visitação: de terça a domingo, 9h–17h (bilheteria até 16h) Vídeos com as principais notícias do Pará

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/10/05/um-rio-nao-existe-sozinho-ciencia-natureza-e-arte-se-conectam-em-mostra-inedita-que-ocupa-floresta-do-museu-goeldi.ghtml


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