Exposição reúne 11 artistas e apresenta a Amazônia urbana como territórios de luta, afeto e festa

  • 17/11/2025
A Amazônia urbana, feita de gente, memória e corre do dia a dia, é o centro da exposição “Daquilo que aqui coexiste” Casa Dourda/Ana Serrão A Amazônia urbana, feita de gente, memória e corre do dia a dia, é o centro da exposição “Daquilo que aqui coexiste”, que abre nesta terça-feira (18) na Casa Dourada, durante a programação da COP30. Com curadoria de Éder Oliveira, a mostra reúne 11 artistas da região metropolitana de Belém para apresentar as cidades da floresta como territórios de luta, afeto e festa, onde existir já é um gesto político. Entre diagnósticos da emergência climática, disputas geopolíticas e discursos sobre “salvar o planeta”, a exposição volta o foco para o cotidiano que sustenta esse território e quase nunca ganha holofote: a molecada tomando banho de rio, o brega ecoando nas mesas de bar da periferia, a avó beijando a testa do neto no quintal, o corre do trabalho, o riso, o abraço, a amizade, a festa que também é luta. Em vez de molduras simbólicas como guardiões, vítimas e mitos, quem aparece aqui é a vida real, potente, contraditória e cheia de invenção. “Quando se fala em Amazônia, quase sempre nos colocam apenas como cenário da floresta. Nesta mostra me interessava trazer a cidade para o centro, com seus corpos, conflitos e desejos. É nesse território urbano que a gente entende o que significa existir e resistir aqui”, diz Éder Oliveira. Partindo de Belém como microcosmo da vastidão amazônica, o curador reúne artistas que investigam, cada um à sua maneira, o embate e o encanto entre cidade, identidade e sobrevivência. Participam da exposição Beatriz Paiva, Carla Duncan, Chico Ribeiro, Dias Junior, Diego Azevedo, Matheus Duarte, Nayara Jinknss, Nazas, Petchó Silveira, PV Dias e Roma Rio. Pintura, fotografia e vídeo se encontram em um mosaico que atravessa periferias, quintais, encruzilhadas e gestos íntimos, compondo um mapa sensível de um território disputado, mas também celebrado por quem o habita. Essa narrativa aparece tanto nas cenas públicas quanto nos ambientes domésticos. “Mesmo com a diversidade que vai do público, como os trabalhos de Carla Duncan, ao privado, como na instalação da Roma Rio, é muito evidente a vinculação estética com o local, com a relação urbana amazônica. Assim, a abordagem do cotidiano na exposição se passa não só por mostrar a periferia de forma direta, mas também na simplicidade do ambiente íntimo, como na obra de Diego Azevedo em que crianças se amontoam no sofá, provavelmente em frente à televisão”, completa o curador. Com curadoria de Éder Oliveira, a mostra reúne 11 artistas da região metropolitana de Belém Casa Dourada/Ana Serrão Em plena programação da Casa Dourada para a COP30, quando a Amazônia é atravessada por debates globais sobre clima e futuro, a mostra insere a arte amazônica na conversa a partir da cidade. “A arte tem grande importância nas discussões climáticas ao somar com seu olhar sobre a contemporaneidade. Muito se fala sobre a Amazônia floresta e rios, mas é preciso pensar também a ocupação desse território e esses trabalhos nos trazem também este tema.”, diz Éder. Nascido em Timboteua, interior do Pará, o curador investiga, há duas décadas, os cruzamentos entre retrato, identidade e violência e encara a imagem como território de disputa. Reconhecido como um dos principais artistas plásticos da Amazônia contemporânea, participou da Bienal de São Paulo e exibiu em instituições como o Museu de Arte do Rio e o Museu de Serralves, em Portugal. Em “Daquilo que aqui coexiste”, ele articula esse repertório crítico com a força de novos artistas da região, criando um laboratório visual de densidade política e alegria insurgente, em que a cidade amazônica aparece como lugar de batalha, mas também de encontro, festa e invenção cotidiana. Cultura em defesa da Amazônia A abertura da mostra integra a programação especial da Casa Dourada para a COP30, que transforma o casarão histórico em polo independente de pensamento crítico, criatividade e mobilização. Até 20 de novembro, mais de 30 atividades reúnem lideranças indígenas, quilombolas, ribeirinhas, juventudes urbanas, pesquisadores, artistas e coletivos periféricos para discutir justiça climática, bioeconomia, cidades, ancestralidade, dados, inovação e sociobioeconomia. O espaço é sede do recém-lançado Instituto Psica e foi idealizado com consultoria da Impact Beyond. A Casa Dourada conta com patrocínio da Open Society Foundations, Instituto HEINEKEN e Mercado Livre, além de apoio institucional da World Climate Foundation, ICCI e ICS. A realização e idealização são do Instituto Psica, em parceria com a Impact Beyond e o Ministério da Cultura, Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro. Além de “Daquilo que aqui Coexiste”, o espaço recebe outras três exposições: Realidade Aumentada, de Gruta de Kamukuwaká; Jogo Murukutu — a floresta corpo-território, criado pela Salve Games; e Caruru — Ecos e Saberes dos Territórios Guianenses, por artistas da Guiana. A programação diária inclui rodas de conversa, painéis, oficinas, mostra audiovisual, apresentações culturais, jantares e encontros de articulação com organizações nacionais e internacionais. Serviço Daquilo que aqui Coexiste Curadoria: Éder Oliveira Abertura: 18 de novembro (terça-feira), às 20h Local: Casa Dourada, na Rua Dr Malcher, 15, ao lado da Igreja da Sé, na Cidade Velha Visitação: até 31/01/2026, das 9h às 19h Programação do dia 18/11: • 15h30–16h30 | Roda de Conversa — lançamento do minidoc O Desafio dos Bumbás • 17h–18h | Roda de Conversa JacundayLab — Tecnologias ancestrais quilombolas frente à crise climática • 18h30–20h | Cultura Ballroom: Saberes Ancestrais Amazônicos + JAM Ballroom • 20h–21h | JAM Psica na Casa Dourada VÍDEOS com as principais notícias do Pará

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/11/17/exposicao-reune-11-artistas-e-apresenta-a-amazonia-urbana-como-territorios-de-luta-afeto-e-festa.ghtml


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