'Ecos do Xingu' celebra arte dos povos Juruna e Arara em mostra fotográfica em Belém
11/11/2025
(Foto: Reprodução) Mostra em Belém revela arte e ancestralidade dos povos Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu
Divulgação
A exposição “Ecos do Xingu: Memória, Terra e Ancestralidade - Entre tramas e fazeres, a força dos povos Juruna e Arara” abre ao público nesta quarta-feira (12), na Casa das Artes, em Belém. A visitação é gratuita e segue até o dia 26 de novembro, das 10h às 17h.
A mostra reúne fotografias e peças de artesanato indígena, resultado de seis anos de pesquisa e convivência com os povos Juruna e Arara, que vivem na Volta Grande do Xingu, no sudoeste do Pará, sob o olhar sensível da fotógrafa Walda Marques e curadoria de Ida Hamoy, professora de História da Arte da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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O projeto nasceu dentro do Plano Básico Ambiental da Hidrelétrica de Belo Monte, como uma ação de design e valorização do artesanato indígena.
O objetivo era registrar, fortalecer e divulgar o modo de vida e o fazer artístico dos povos afetados pela hidrelétrica, destacando o grafismo tradicional, linguagem visual e a memória de cada etnia.
Ao longo dos anos, a equipe formada por Walda e por Ida mergulhou na rotina das comunidades, convivendo de perto com famílias indígenas e acompanhando o trabalho das artesãs.
“Pudemos entender de forma profunda a verdade da relação entre o ser humano e a natureza. É um aprendizado sobre o tempo, o território e o respeito à vida”, conta Ida.
Com sensibilidade, Walda Marques captou em suas imagens os gestos, expressões e detalhes do cotidiano, revelando o elo entre corpo, terra e rio.
“O grafismo é o RG deles, é o que os identifica. Entre os Juruna, os traços são mais sinuosos, voltados para as águas, refletindo o Xingu que corre nas veias de quem vive lá”, explica a curadora.
Além das fotografias, a mostra também apresenta peças de artesanato criadas a partir dos saberes tradicionais, que foram fortalecidos durante o projeto. Os indígenas participaram de intercâmbios com outras etnias do Parque Nacional do Xingu, com troca de conhecimentos sobre técnicas, materiais e simbologias.
Além da mostra na Casa das Artes, uma amostra do projeto também está em exibição na GreenZone da COP 30, espaço que reúne iniciativas ambientais e culturais abertas ao público durante a conferência em Belém.
Serviço — Exposição “Ecos do Xingu”
Abertura oficial: Terça-feira (11), às 19h (apenas para convidados)
Abertura ao público: Quarta-feira (12)
Período de visitação: De 12 a 26 de novembro, das 10h às 17h
Local: Casa das Artes — ao lado da Basílica de Nazaré, em Belém (PA)
Entrada: gratuita
Artista: Walda Marques
Curadoria: Ida Hamony
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