Do Arapiuns para o mundo: alimentação indígena do Tapajós ganha centralidade no debate climático pós-COP30
25/11/2025
(Foto: Reprodução) Capa do livro 'Prato Firmeza Amazônia'
Reprodução
Após a COP30, o livro "Prato Firmeza Amazônia", que destacou durante o evento global e agora chega a Santarém para contar histórias do território indígena no Tapajós e reforçar a alimentação como resposta climática. O livro é um produto da Énois, um laboratório de comunicação que apoia coletivos nascentes das periferias para fortalecer o bem viver por meio da informação comunitária.
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Agora, o Prazo Firmeza Amazônia volta seu olhar para o Tapajós e para as histórias produzidas dentro dos territórios indígenas da região — especialmente aquelas que mostram como os saberes alimentares tradicionais são soluções concretas para o futuro da floresta e do planeta.
Os conteúdos produzidos no território tapajoara, apresentados no livro, reforçam a força da cozinha ancestral praticada por povos originários da região de Santarém e do Médio Tapajós. Ali, a relação com o alimento é tecnologia de futuro, manejo florestal e ciência viva.
No livro, uma das vozes desse território é Orleidiane Tupaiú, liderança da aldeia Aminã, que aparece justamente mostrando como a alimentação tradicional é saúde, identidade e enfrentamento climático.
“A alimentação tradicional indígena vai além do prato: ela é parte da saúde integral das comunidades e atua na prevenção de doenças crônicas, mantendo o corpo e o espírito em equilíbrio com o território. Ao mesmo tempo, representa uma forma concreta de preservação cultural, pois cada receita, cada modo de preparo e cada ingrediente carrega gerações de conhecimento”, disse Orleidiane.
O trabalho da liderança no território evidencia práticas culinárias que dependem do tempo da floresta, do manejo correto da mandioca, do respeito aos ciclos naturais e do uso de ingredientes que regeneram a terra e fortalecem a soberania alimentar dos povos da região.
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Assim como registrado nos conteúdos produzidos em toda a Amazônia, o Prato Firmeza reforça que a alimentação é uma agenda urgente, considerando que a crise climática afeta diretamente a produção de alimentos e o acesso à comida.
No Tapajós, isso se expressa nos modos de preparo, na agricultura indígena e no respeito às técnicas passadas por gerações, parte essencial da resistência cultural e ambiental da região.
Recado que ecoa desde Santarém
Durante a COP30, o Prato Firmeza Amazônia ocupou o debate global levando a voz dos povos tradicionais e das periferias amazônicas. E a região do Tapajós fez parte dessa construção com seus saberes, ingredientes, modos de preparo e práticas de manejo ancestral são apresentados no livro como protagonistas de um modelo alimentar regenerativo, capaz de regenerar florestas, proteger rios e garantir comida de verdade.
“E é nesse contexto que a Amazônia tem a chance de saltar do estereótipo do exótico, do folclórico, da ‘comida diferente’, para uma posição de protagonismo global. Enquanto o mundo discute como alimentar populações de forma sustentável, a resposta já vem sendo praticada há séculos pelos povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia.”, disse o chef e pesquisador paraense Thiago Castanho.
Quem somos e por que falamos disso
O Prato Firmeza nasceu valorizando a comida de quebrada, feita por produtores locais… Hoje, ele ocupa um lugar que discute direito à alimentação, soberania alimentar, cultura alimentar e a urgência de pensar quais são os pratos que estão e vão adiar o fim do mundo.
A Énois já distribuiu mais de 20 mil livros impressos e contabiliza milhares de downloads online, impactando cerca de 2 milhões de pessoas.”, disse a fundadora e diretora de operações da Énois, Amanda Rahra.
O Prato Firmeza Amazônia é realizado pela Énois e pelo Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura.
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