Corpo de filho de escrivã da Polícia Civil morto em ação da PF é sepultado na Grande Belém
10/10/2025
(Foto: Reprodução) Enterro de jovem morto em operação da PF acontece em Marituba
O corpo de Marcello Victor Carvalho de Araújo, de 24 anos, morto durante uma operação da Polícia Federal (PF) em Belém foi sepultado nesta sexta-feira (10). Ele é filho de uma escrivã da Polícia Civil do Pará e também trabalhava na corporação, na parte administrativa.
O sepultamento foi em um cemitério em Marituba, no fim da manhã, acompanhando por familiares e amigos (veja no vídeo acima).
"Vivia para o trabalho, os esportes, jogos de vídeo game e vivia para a mãe, seu cachorro Ares e seu 2 gatinhos: Robby e Yuta", disse ao g1 a tia dele, Ana Carolina Carvalho, tia do Marcello.
Filho de escrivã da Polícia Civil é morto durante operação da PF em apartamento em Belém
Veja o que se sabe e o que falta saber
A morte foi na quarta-feira (8) quando a Polícia Federal procurava por Marcelo Pantoja Rabelo, namorado da mãe da vítima e que estava no mesmo apartamento. Segundo a PF, Rabelo, conhecido como "Marcelo da Sucata", é suspeito de chefiar um grupo de extermínio. Ele foi preso.
A Polícia Federal disse que "não houve equívoco na ação dos agentes federais" e que "Marcello Victor reagiu durante o cumprimento de mandado contra Marcelo Rabelo", principal alvo da operação.
Marcelo Carvalho, de 24 anos, foi morto durante operação da Polícia Federal em Belém
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Operação Eclesiastes
A ação fez parte da Operação Eclesiastes, deflagrada pela Polícia Federal para combater o tráfico internacional de drogas e a lavagem de dinheiro.
Segundo a corporação, o grupo investigado movimentou mais de R$ 1 bilhão e usava embarcações pesqueiras para o transporte de entorpecentes.
Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão em municípios da Região Metropolitana de Belém.
Marcello Victor Carvalho de Araújo estava com a mãe e o namorado dela, alvo da operação
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Família diz que corpo ficou 5 horas no local
A família reclama da abordagem e ainda que o corpo do jovem permaneceu por cerca de cinco horas no local da morte até a liberação para o IML e que a perícia inicial foi feita pelos próprios policiais federais — sem a presença da Polícia Civil. Parentes também dizem que a mãe dele, uma escrivã da Polícia Civil, foi levada pelos agentes e impedida de ver o corpo do filho.
Em nota enviada ao g1, a PF informou que os disparos ocorreram após o jovem “investir contra um policial federal, desferindo um soco em seu rosto e tentando tomar-lhe a arma de fogo”.
A corporação afirma que os tiros foram efetuados para conter a ação e que o jovem recebeu atendimento no local, mas não resistiu aos ferimentos.
O alvo principal da operação, Marcelo Pantoja Rabelo, foi preso. Segundo a PF, ele é líder de um grupo de extermínio com atuação no Pará.
A família diz ainda que a própria PF teria feito a perícia inicial no local, sem permitir a entrada da Polícia Civil, e questiona a isenção da apuração.
“Eles mesmos mataram, executaram meu sobrinho e fizeram a perícia. A Polícia Civil não pôde entrar”, afirmou Ana Carolina.
Marcello Victor Carvalho de Araújo
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Segundo a promotora Ana Maria Magalhães, tia-avó do jovem, o corpo de Marcello foi examinado por um perito da PF vindo de Brasília, com acompanhamento de técnicos estaduais, na Polícia Científica do Pará.
Infográfico: Operação da PF que resultou na morte de filho de escrivã foi no bairro Jurunas, em Belém
Arte g1
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