Com avanço dos desastres na Amazônia, setor de seguros se mobiliza contra os impactos das mudanças climáticas

  • 15/12/2025
(Foto: Reprodução)
Impactos climáticos e o papel do setor de seguros, no Brasil A primeira COP realizada na Amazônia, em Belém, reconheceu a urgência de agir contra os danos das mudanças climáticas. Com prejuízos bilionários à infraestrutura urbana, o setor de seguros reforça seu papel como aliado na gestão de riscos e na redução dos impactos econômicos causados nas cidades brasileiras. Só nos últimos 12 anos, os custos das cidades brasileiras com desastres relacionados ao clima ultrapassaram R$ 700 bilhões, segundo o estudo Panorama dos Desastres no Brasil: 2013 a 2024, elaborado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). ☔ O estudo da CNM revelou que o Pará ficou em 4º lugar entre os estados do país em número de decretos de emergência ou calamidade pública devido às chuvas: foram 1.228 registros entre 2013 e 2024. ✅ Clique e siga o canal do g1 PA no WhatsApp O aumento das chuvas intensas e prolongadas ao longo dos anos vem provocando inundações, alagamentos, enxurradas, tempestades e erosão do solo. Cidade fica submersa após temporal no Pará. Reprodução / TV Liberal No ano passado, as fortes chuvas causaram estragos e transtornos em cidades paraenses como Capanema, Paragominas, Ipixuna do Pará, Rio Maria e Belterra. Em Rio Maria, no sul do estado, o governo federal reconheceu situação de emergência após as enchentes de fevereiro de 2024 deixarem mais de 500 famílias desabrigadas. Durante a COP 30, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) lançou um levantamento sobre os impactos econômicos do clima no Brasil e o papel do setor segurador na resposta aos eventos extremos. “O setor pode assumir parte do impacto financeiro dos desastres e reduzir a dependência de recursos públicos na gestão de crises”, aponta o documento. Segundo o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, o setor de seguros tem o papel tradicional de assumir riscos e indenizar pessoas afetadas por eventos climáticos. É importante não perder o movimento de integrar o seguro à agenda climática. O seguro é uma ferramenta muito útil para governos, pessoas e empresas se adaptarem às mudanças do clima Nesta reportagem, você vai ler: Os custos dos desastres climáticos Setor segurador propõe soluções Baixa adesão securitária 🚨Os custos dos desastres climáticos Para Adriana Campelo, coordenadora do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR), os desastres não são naturais, e sim socioeconômicos. De acordo com a coordenadora da UNDRR, houve uma redução na mortalidade global relacionada a desastres, em contraste com o aumento dos prejuízos em infraestrutura. “Os recursos públicos não são suficientes para financiar toda a redução de risco de desastre e as ações de prevenção. Então, é muito importante que o setor privado também se responsabilize por isso”, destaca Adriana Campelo. Uma pesquisa inédita conduzida por cientistas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) mostrou que os prejuízos causados pela mudança do clima nos estados da Amazônia Legal somam mais de US$ 650 milhões por ano (R$ 3,44 bilhões). 4 imagens para entender a seca na Amazônia O estudo, publicado na revista Nature Communications, revela que as cidades amazônicas com menos de 50 mil habitantes são as que mais sofrem. 📉Alguns municípios chegaram a perder até 300% do PIB local em decorrência dos desastres. Em fevereiro de 2025, a forte chuva que atingiu o município de Rurópolis, no sudoeste do Pará, afetou a infraestrutura urbana e rural e exigiu apoio dos governos estadual e federal para reconstruir as áreas destruídas pelas enchentes. Veja abaixo os 10 estados com a maior quantidade de decretos de emergência ou calamidade pública feitos por causa das chuvas (2013 a 2024): Adriana Campelo lembra de casos mais extremos, como o da Jamaica, onde a passagem do furacão Melissa, em outubro deste ano, causou destruições que podem consumir até 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, um valor muito elevado para o governo custear. Cerca de 75% do que é necessário para financiar a resiliência está sem cobertura ou financiamento. A iniciativa privada precisa assumir também essa responsabilidade, e há diversas modalidades de seguros que podem ser interessantes [Voltar ao início] 💡 Setor segurador propõe soluções Durante as discussões promovidas pela Casa do Seguro, na COP 30, em Belém, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) apresentou propostas para enfrentar as perdas causadas por eventos climáticos. Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), durante a COP 30, em Belém. CNseg/Divulgação Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, explicou que o setor lançou a proposta do Seguro Social de Catástrofe, para que as casas tenham acesso a uma proteção de baixo custo: cerca de R$ 3 por mês. “A proposta prevê que as famílias recebam um Pix de R$ 10 mil no dia seguinte à enchente, permitindo que comprem alimentos, busquem alojamento, roupas e medicamentos de forma rápida”, afirmou Oliveira. A CNseg destaca que as seguradoras podem atuar em dois momentos: Antes: promovendo alertas, monitoramento e ações de prevenção Depois: oferecendo atendimento emergencial e suporte à recuperação. 🌧️Durante o evento em Belém, o setor apresentou também a Ferramenta de Avaliação de Riscos Climáticos (Inundação), criada para mapear, quantificar e mitigar os crescentes riscos associados às mudanças do clima no país. A plataforma cruza dados de séries históricas de chuva e informações hidrológicas para estimar a probabilidade de ocorrência de inundações em cada localidade. [Voltar ao início] ⚠️Baixa adesão securitária Em 2024, o mercado segurador pagou cerca de R$ 7,3 bilhões em indenizações relacionadas a desastres climáticos. Para a CNseg, porém, o número é considerado baixo. O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, explica que o setor de seguros tem arcado com apenas 15% das perdas provocadas por eventos climáticos extremos. “A gente ainda tem um grande trabalho pela frente para ampliar a participação do seguro. Isso depende de ações do setor, do governo e, principalmente, do convencimento da sociedade de que o seguro é uma forma de proteção contra esses eventos”, afirma. Dyogo destaca que outros países já avançaram na integração do seguro à agenda climática local e cita exemplos como México e França: México: possui um programa de seguro de catástrofes há mais de 20 anos. França: 97% das casas contam com seguros que incluem cobertura para enchentes. O relatório “Radar de Eventos Climáticos e Seguros no Brasil", da CNseg, aponta que o setor segurador pode contribuir para reduzir a dependência de recursos públicos, permitindo direcionar esforços para áreas como prevenção, adaptação climática e infraestrutura. Evento de lançamento na Casa do Seguro do relatório “Radar de Eventos Climáticos e Seguros no Brasil". Divulgação/CNseg Segundo o presidente da CNseg, a estrutura administrativa do Estado faz com que os recursos demorem a chegar aos beneficiários. “No Rio Grande do Sul, o governo forneceu uma ajuda de cerca de R$ 5 mil, mas as famílias só receberam o dinheiro em outubro e novembro, embora as enchentes tenham ocorrido em maio”, lembra. De acordo com a Confederação Nacional de Municípios, nos últimos 12 anos, dos R$ 13 bilhões autorizados pelo governo federal para ações de proteção e defesa civil, apenas R$ 5,3 bilhões foram repassados aos municípios, o que representa 39,8% do total. Se houvesse um seguro municipal, a seguradora poderia atuar também como consultora, orientando o governo local sobre a necessidade de manutenção de infraestruturas ou sobre a remoção de pessoas de áreas de risco [Voltar ao início] VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará Confira outras notícias do estado no g1 PA

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/12/15/com-avanco-dos-desastres-na-amazonia-setor-de-seguros-se-mobiliza-contra-os-impactos-das-mudancas-climaticas.ghtml


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