Artefato marajoara é restaurado e está em exposição para o público no Pará

  • 10/12/2025
(Foto: Reprodução)
Peça restaurada está em exposição em Anajás, cidade no Marajó. Divulgação Anajás, no arquipélago paraense do Marajó, acaba de ganhar um novo tesouro histórico. Uma peça arqueológica marajoara, encontrada no sítio de Assahytuba, foi restaurada e agora está exposta ao público na Secretaria Municipal de Cultura. O artefato está disponível para visitação de estudantes, moradores e turistas, conectando a comunidade com a rica herança ancestral da região. De acordo com o historiador Luis Barbosa, que acompanhou todo o trabalho, não há uma data específica da origem da peça, mas a cultura marajoara data de 400 a 1300 d.C. A intervenção ocorreu entre 28 de novembro e sete de dezembro de 2025 e envolveu etapas cruciais de estabilização, limpeza, consolidação estrutural e documentação. O restauro foi promovido pelo projeto Amazônia Revelada em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). ✅ Siga o canal do g1 Pará no WhatsApp Resgate da história Restauradores durante o trabalho. Divulgação A peça foi retirada do sítio durante escavações de janeiro de 2025. Segundo Luis Barbosa, pelas características, tudo leva a concluir que é uma urna funerária, mas a conclusão final virá após registro do MPEG. Os arqueólogos envolvidos disseram que a restauração foi fundamental para conter danos causados por fatores como a erosão, as variações climáticas e os impactos ambientais que ameaçam diversos sítios arqueológicos do Marajó. Além disso, os profissionais contaram que o processo corrigiu problemas decorrentes do armazenamento inicial e aplicou medidas de conservação preventiva essenciais para que a peça pudesse ser exposta ao público sem riscos. A equipe técnica realizou uma limpeza manual detalhada, estabilizou as bordas, reintegrou pequenos fragmentos e fez um registro fotográfico e descritivo completo do artefato. Todo o trabalho seguiu protocolos especializados de conservação arqueológica e foi conduzido na própria sede da Secretaria Municipal de Cultura de Anajás. O conservador-restaurador Raimundo Teodorio, do Museu Emílio Goeldi, ressaltou a importância do trabalho. “Nos objetos arqueológicos, a conservação é sempre o primeiro passo. Muitas vezes não é necessário restaurar, mas conservar é fundamental. Esse cuidado evita que o material se perca.” Ciência e comunidade lado a lado A restauração da peça é parte integrante do projeto Amazônia Revelada, uma iniciativa dedicada ao mapeamento e estudo de sítios arqueológicos em diversas regiões da Amazônia. O projeto busca uma abordagem integrada, onde a pesquisa científica dialoga diretamente com os territórios tradicionais e fortalece a gestão comunitária do patrimônio cultural. Para a arqueóloga paraense Brenda Bandeira, que faz parte do projeto, a participação das comunidades locais é um pilar fundamental dessa atuação. “A pesquisa só faz sentido quando caminhamos junto das pessoas que vivem nesses territórios. São elas que conhecem a floresta, os rios e os sítios arqueológicos há gerações. Quando aproximamos o conhecimento científico da comunidade, o cuidado com o patrimônio se torna mais forte e a história ancestral da região ganha mais significado para todos,” explicou. O trabalho contínuo do projeto em Anajás tem gerado benefícios como a recuperação e preservação de peças ameaçadas, a documentação de práticas culturais antigas e sua relação com as memórias atuais das comunidades, a ampliação do acesso da população marajoara ao patrimônio arqueológico, o fortalecimento de iniciativas educativas e turísticas, e a construção de uma gestão compartilhada do patrimônio cultural. Já o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) ofereceu apoio técnico e científico crucial, orientou protocolos de análise, conservação e documentação dos materiais, e colaborou no planejamento da exposição da peça. A urgência revelada pela natureza A conclusão desta etapa da restauração chega em um momento de intensa retomada das atividades arqueológicas no Marajó, impulsionada por novas metodologias e tecnologias. A seca extrema de 2023, que expôs sítios antes desconhecidos e fragilizou muitos materiais, acendeu um alerta e aumentou a demanda por ações de proteção e valorização desses locais. “Quando a maré baixou muito, vários artefatos começaram a aparecer. Eu voltei a um lugar onde brincava quando era criança e encontrei urnas expostas nas barrancas. Fiz um vídeo e acionei o Museu Goeldi. Desde então, acompanhamos o resgate e hoje vemos o retorno da equipe para avaliar as condições das peças. A erosão das margens e as secas cada vez mais intensas mostram que esse patrimônio precisa ser protegido agora", disse o professor Rossimar da Nóbrega, marajoara de Anajás e um importante elo entre a comunidade e as instituições. Para os envolvidos na iniciativa, a cooperação entre pesquisadores, instituições, poder público e comunidades tem sido fundamental para enfrentar esses desafios e fortalecer a gestão do patrimônio arqueológico na região. A restauração da peça marajoara não é apenas a recuperação de um objeto, mas a reafirmação de uma memória ancestral que conecta passado e presente, contribuindo para o fortalecimento da identidade cultural da população de Anajás. VÍDEOS com as principais notícias do Pará Acesse outras notícias do estados no g1 Pará.

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/12/10/artefato-marajoara-e-restaurado-e-esta-em-exposicao-para-o-publico-no-para.ghtml


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